terça-feira, 25 de agosto de 2020

Aula não presencial - Semana 14
Aula 08 - Educação Física

Lutas:

A partir dessa semana, iremos aprender um assunto novo nas aulas de Educação Física: luta. Você sabe o que essa palavra significa? A palavra “luta” vem do latim lucta e pode ser definida como combate entre duas ou mais pessoas, com ou sem o uso de armas. A luta é uma disputa em que o oponente deve ser atacado, com técnicas e estratégias de desequilíbrio, imobilização ou exclusão de determinado espaço na combinação de ações de ataque e defesa, e caracteriza-se por uma regulamentação específica a fim de punir atitudes de violência e deslealdade. Na maioria das lutas, antes de iniciá-las, existe saudações que são formas de cumprimentar respeitosamente as pessoas que as praticam; elas podem ser feitas em pé ou de joelhos. Ao praticar uma luta, podemos nos propiciar benefícios como momentos de lazer, aprimoramento das capacidades físicas e motoras, elevação da autoestima, desenvolvimento dos diversos aspectos do comportamento humano e da cidadania, melhora na qualidade de vida e ampliação da cultura corporal do movimento.



Huka-Huka: a Luta Indígena genuinamente Brasileira

Todos nós já estamos cansados de saber que além do país do futebol nós também somos o país do BJJ, porém além do Jiu Jitsu Brasileiro nosso país também outra arte marcial 100% desenvolvida no território tupiniquim. Os índios brasileiros também tem sua própria arte marcial que utiliza de uma pintura especial no corpo, panos grossos para proteção das articulações, pele de onça na cintura e até colares feitos de placas de caramujos. Estamos falando do HUKA-HUKA, este estilo de combate foi criado pelo povo indígena Bakairi e povos do Xingu, localizados no Estado do Mato Grosso. O huka-huka é bastante praticado nessa região e representa uma das modalidades dos Jogos dos Povos Indígenas, competição esportiva criada no ano de 1996, esses Jogos são uma espécie de Olimpíadas entre povos nativos e o evento acontece de dois em dois anos em um local diferente do país. O Huka-huka, além de esporte, também possui um caráter ritualístico e disciplinar, sendo uma forma encontrada pelos nativos de promover a sua cultura e de participar na vida da tribo. Como luta ritual, o huka-huka é praticado durante o Quarup (ritual de homenagem aos mortos ilustres) e possui simbolismo competitivo, onde a força e virilidade dos jovens é testada. A arte marcial está inserida em um amplo contexto de competições realizadas em virtude do Quarup. Cada aldeia tem seus melhores lutadores, que se apresentam escolhidos pela comunidade como principais. No ritual, um homem chefe, que é considerado o dono da luta, vai até a parte central de uma arena e escolhe os adversários oc chamando pelo nome. O Huka-Huka é uma luta similar ao wrestling: sem golpes traumáticos, baseada em quedas, imobilizações e chaves

A luta se inicia com os atletas de joelhos, onde os lutadores ficam frente a frente, ajoelham-se e giram de forma circular em sentido horário. Eles se encaram e começam a luta. O objetivo é levantar o oponente e depois levá-lo ao chão. Essa luta está presente em vários de nossos rituais e significa status para o vencedor. Se ganha o respeito da aldeia e de outras aldeias, felicidade para a família e grande orgulho da comunidade a que pertence. Desde criança já se pratica o huka-huka para se tornar um grande lutador. Para vencer a luta é necessário levantar o seu adversário e arremessá-lo ao chão e não há juiz. Isto se diferencia, por exemplo, do Judô porque não significa simplesmente derrubar ou imobilizar o adversário já no chão, e também é diferente de outras artes marciais, como o caratê, pois não basta desferir golpes no adversário, é necessário vencê-lo em uma disputa direta de agarramentos e depois mostrar-se capaz de derrubá-lo, sendo uma disputa efetuada em duas fases importantes. Como luta ritual, o huka-huka é praticado durante o Quarup (ritual de homenagem aos mortos ilustres) e possui simbolismo competitivo, onde a força e virilidade dos jovens é testada. A arte marcial está inserida num amplo contexto de competições realizadas em virtude do Quarup.

No amanhecer do dia posterior ao Quarup, termina o momento de ressurreição simbólica e o choro e o canto cessam. Os visitantes anunciam sua chegada com gritos e iniciam competições de huka-huka entre os campeões de cada tribo, seguidas de lutas grupais para os jovens.

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