terça-feira, 30 de junho de 2020

Aula não presencial - Semana 07
Aula 04- História

Até aqui já vimos vários assuntos:
Fim do império romano
Povos bárbaros
Feudalismo
Povos pré - colombianos
Renascimento
E agora vamos ver um pouco sobre os povos africanos. Ler o texto e no final 
tem uma atividade para fazer.

ÁFRICA NEGRA

A África é um C O N T I N E N T E com mais de 30 milhões de Km2, dezenas de países e centenas de povos com culturas e línguas próprias. Por ser o berço da H u m a n i d a d e , lugar de origem dos ancestrais de milhões de brasileiros afrodescendentes, a África e sua história tem importância para nós. Vamos conhecer exemplos de reinos e impérios africanos que existiram entre os séculos X e XIV, antes do contato com os europeus e antes da escravidão iniciada a partir disso. Conhecer para valorizar a economia, a sociedade e a cultura africana.

ÁFRICA NEGRA ANTES DOS EUROPEUS 

1. O IMPÉRIO DO MALI

Há poucos documentos escritos e arqueológicos sobre o reino de Mali. O que se sabe sobre o reino de Mali ficou conhecido por histórias que foram preservadas pelos Griots. Virou lenda e foi transmitido dos mais velhos para os mais novos. Os griots são os contadores de histórias. Contam os Griots que no início do século XIII, na África Ocidental, o povo mandinga, do pequeno reino no Mali, foi conquistado e dominado pelo povo sosso, de Gana, onde tinha um rei muito cruel. Um dia, os mandingas se revoltaram, e venceram contra o povo sosso na batalha de Kirina, em 1235. Cinco anos depois, o príncipe Sundiata Keita, que ficava à frente do povo mandinga, conquistou Gana e reinou sobre um extenso território chamado Império do Mali. 

2. HISTÓRIA POLÍTICA DO IMPÉRIO DO MALI

No poder, o príncipe Sundiata Keita juntou -se com o reino de Gana e converteu-se ao Islamismo. Com o título de mansa (=imperador), ele organizou o Império do Mali, dividindo-o em províncias, e deslocou sua capital para Niani, no sul do Mali. De lá partiram duas grandes estradas: uma que apontava para o norte e outra voltada para o nordeste. Nesta última surgiram duas grandes cidades negras: Djenné e Tombuctu. 

Cinquenta anos depois, o mansa Abu Bacar I ampliou o território do Mali, conquistando o reino de Songhai. O império do Mali chegou ao seu apogeu com o sucessor Kanku Mussá. E por causa das suas ricas minas de ouro e do controle das vias de comércio com a Líbia e com o Egito, o Império do Mali tornou-se o mais rico estado da África Ocidental. O mansa Kanku Mussá fez sua caminhada até a famosa cidade de Meca, levando com ele 60 mil pessoas e algumas toneladas de ouro, para doar aos necessitados e presentar outros governos muçulmanos. A distribuição de ouro foi tão grande que o valor do metal precioso caiu. Na volta, Kanku Mussá levou junto um enorme grupo de sábios e arquitetos que ajudaram para a glória do Império africano de seu tempo (séc.XIV:14). 

TOMBUCTU - Tombuctu era uma cidade perto do rio Níger, e esse rio era o maior da África, e por ele se levavam e traziam produtos africanos e orientais. Passavam por ele: sal e o ouro das minas do império do Mali. Os comerciantes vendiam tecidos e os grãos, além de noz-de-cola das florestas. No século XIV, a cidade se tornou um dos mais importantes centros intelectuais do mundo. 

Em Tombuctu foi erguida a mesquita (é uma igreja dos muçulmanos) de Sankoré e dentro dela tinha a universidade do mesmo nome. Os professores eram bem pagos e eles podiam aproveitar o seu tempo ao ensino, porém não chegaram a incorporar as línguas e culturas locais, por isso, a universidade não foi acessível para a maioria da população. 

3. ECONOMIA MALINESA

Os malineses eram os maiores produtores de ouro da África. Além da mineração, faziam agricultura e pastoreio. Eles cultivavam arroz, milhete, inhame, algodão, feijão e outros legumes. No vale do rio Níger, criavam bovinos, ovinos e caprinos. O peixe defumado complementava sua alimentação. A cada colheita, uma parte simbólica era oferecida ao imperador.

O artesanato era bastante desenvolvido. Todos os artesãos eram divididos em grupos profissionais: marceneiros, cesteiros, ferreiros, barqueiros, tecelões, ourives, entre outros. Os ourives e os tecelões eram sempre os mais prestigiados. Cada grupo de artesãos tinham seus representantes perante o imperador. Os mercadores malineses (conhecidos como wangara) comercializavam sobretudo ouro, sal, cobre e noz-de-cola. No Mali, o cobre era tão reconhecido como o ouro. E a noz-de-cola circulava por todo o império. Na África ocidental, os malineses são conhecidos até hoje em dia como bons comerciantes. 

4. ADMINISTRAÇÃO E PODER NO IMPÉRIO DO MALI

No Mali, o imperador era a maior autoridade e seu jeito de conduzir o governo era singular. Ele ouvia os súditos e julgava os casos mais sérios pessoalmente. Uma figura de destaque na corte africana era o griot = (contador de histórias), eles eram procurados por vários reis africanos para serem professores particulares de seus filhos. O rei, quando tomava alguma decisão, ele consultava com seu povo. Ele dominava cidades ao seu redor e respeitava as tradições do povo conquistado. Tinha um exército muito bem treinado, o que contribuía para que o Império de Mali durasse cerca de 300 anos. No século XIV(14), seu império chegou ao apogeu com mais de 45 milhões de habitantes. 

5. O MALI E OS PORTUGUESES

No final do século XV, o Mali era o mais respeitado Império da África Ocidental. O Império do Mali começou a perder territórios para outros reinos negros que surgiram na região, como Songhai. Em seu litoral, a partir de 1483, despontou uma nova ameaça: os portugueses. 

O rei Dom João II, de Portugal, buscou ganhar a confiança dos soberanos africanos. Em 1495, o rei enviou uma embaixada ao Império de Mali. Era a “Missão de amizade”, que levou notícias do Mali para o rei de Portugal. O rei logo utilizou as informações para penetrar fundo em território dos malineses. Os traficantes portugueses tentaram escravizar populações da costa africana. Mas as populações resistiram, e eles tiveram que mudar sua tática: começaram a propor ajuda militar aos chefes africanos que lutavam entre si. E também ofereceram vantagens comerciais para eles, incentivando-os a se rebelar contra o Imperador do Mali. Com a ajuda portuguesa, o governante da região litorânea de Salum separou-se do Mali. E com isso, o Mali ficou sem sua porta para o Atlântico. Enfraquecido, no século XVI, o Mali foi perdendo territórios e se esfacelando. 

6. O REINO DO CONGO 

No ano 1000, na África, ao sul da linha do Equador, habitavam povos que falavam línguas banto. Nessa grande área, os africanos formaram reinos muito poderosos e organizados, entre os quais o reino do Congo. Tudo começou quando Nimi Lukeni, chefe do povo kicongo, atravessou o rio Zaire e se casou com uma mulher do povo ambundo. Desse casamento e da união entre os dois povos, nasceu o Reino do Congo, no final do século XIV (14). Nimi Lukeni recebeu o título de Mani Congo, que quer dizer = Senhor do Congo. Seus sucessores foram aumentando o território do Reino, com muitas conquistas militares e casamentos. 

7. O PODER DO MANI CONGO

Mbanza Congo era a capital e o centro de poder do reino do Congo. Ali, o imperador exercia seu poder junto com doze conselheiros, entre eles estavam os coletores de impostos, secretários reais, oficiais militares e os juízes.

O rei do Congo também possuía seu trono, assim como os outros reis do mundo. E dos seus súditos ele recebia impostos, pagos em espécie e em dinheiro. Sua moeda era o nzimbu (espécie de concha que vinha da Ilha de Luanda). O rei que controlava a sua própria moeda. Ele ouvia as queixas do seu povo e julgava os casos mais graves pessoalmente. 

8. VIDA ECONÔMICA DO REINO DO CONGO 

A base da economia do reino do Congo era a agricultura e o pastoreio. Eles cultivavam frutas, legumes e verduras. Eles também criavam animais. O trabalho de regar, semear e colher, era feito pelas mulheres, os homens derrubavam a mata e ajudavam. Os Congos fabricavam panos e forjavam o ferro para fazer armas (espada, faca, lança) e o cobre para fazer joias. Havia uma tradição que o fundador do reino do Congo era um rei ferreiro; por isso, os trabalhos em ferro eram reservados aos nobres. O ferro era abundante. Já o sal era raro e rigidamente controlado pelo rei.

O comercio no território do Congo era intenso: as principais rotas comerciais se dirigiam para a capital. Alimentos, tecidos de ráfia, cerâmicas e cestos vinham do nordeste; o sal e os peixes vinham da costa; o cobre vinha do sudeste. 

9. HAVIA ESCRAVIDÃO NA ÁFRICA ANTES DA CHEGADA DOS EUROPEUS?

É muito comum ouvirmos falar que já existia escravidão na África antes da chegada dos europeus. Naquela época, século XV(15), povos de origem árabe que viviam na África , ao norte da linha do Equador, faziam captura e venda de negros escravizados. 

Na África negra, a situação era outra: se escravizavam os criminosos, que não pagavam suas dívidas e também os prisioneiros de guerra. A condição dos escravos na África, no entanto, era muito diferente daqueles africanos que mais tarde foram escravizados no Brasil. 

Quando os portugueses chegaram na África a situação mudou. Eles começaram a oferecer armas de fogo, pólvora e bebida alcoólica aos chefes africanos. Em troca, eles pediam prisioneiros de guerra como escravos. Assim, os africanos começaram a ser vendidos como mercadoria para os traficantes europeus. Isso foi uma catástrofe para a África e sua gente. 

10. OS CONGOS E OS PORTUGUESES

Quando os portugueses chegaram em 1483 com o seu capitão Diogo Cão na África, eles começaram a interferir na política africana. Então o rei do Congo morreu e seus dois filhos começaram uma disputa pelo trono. Os comerciantes portugueses ajudaram um deles, chamado Nzinga Mbemba. Ele venceu o irmão. Se tornou rei em 1505, se converteu ao Cristianismo e mudou seu nome para Affonso.

Affonso estudou no Congo com os padres por dez anos e aprendeu falar e escrever em português. Affonso procurou fortalecer o seu reino com armas que vinham da Europa. Enviou jovens do seu reino para estudar em Portugal. Pediu ao rei português que mandasse médicos, missionários e professores. Mas só vieram traficantes que queriam homens, mulheres e crianças para escravizar. 

O rei africano, então, enviou muitas cartas para o rei de Portugal, pedindo que parasse com o tráfico de africanos, mas ele não deu ouvidos ao rei do Congo e o tráfico ficou mais intenso. Então o rei africano tentou chegar ao papa, no Vaticano, mas todas as tentativas eram inúteis, por que os emissários eram detidos em Lisboa. Quando o rei Affonso morreu, o tráfico de seres humanos ficou maior ainda e o reino decaiu. Em 1665, os Congos tentaram uma revolta, mas não deu certo. Foram vencidos pelos portugueses, que passaram a dominar o Congo.

11. OS GRIOTS

Nós vamos falar sobre os griots, que são contadores de histórias. Existem os griots africanos e também existem griots no Brasil. No Brasil, são pessoas que vão aos leitos dos hospitais contar histórias para crianças internadas, a fim de levar alegria e conhecimento para elas. Eles vão fantasiados e maquiados, levam fantoches, brinquedos e máscaras. Criaram uma associação chamada ONG Associação Griot, em São Paulo.

O BAOBÁ NAS LENDAS AFRICANAS

Baobá é uma árvore típica da savana africana, uma árvore que fascina povos de todo o mundo. Chega a alcançar de 5 a 25 metros de altura e de 7 a 11 metros de diâmetro. É uma árvore milenar e pode viver até 6.000 anos.

Costuma ser mais encontrada no Senegal e em Madagascar. É considerada sagrada pelos africanos, porque acreditam que, ao enterrar o corpo de um contador de histórias nessa árvore, suas histórias e canções irão continuar por muito tempo.

Bom depois de ter lido esse texto vamos à atividade.

Vivemos no Brasil onde a maior quantidade da população é formada por afrodescendentes. E nós adquirimos muito da cultura africana em nosso meio. O que você devem fazer agora e procurar algo cultural que a família de vocês adquiriu deles e descrever abaixo ou mostrar em fotos.(exemplos, dança, comida, vestimenta, cabelos, histórias, lendas, capoeira, entre outros.) se for comida precisa ter a receita e assim vai indo. (QUANDO FOREM ENVIAR FOTO CUIDEM A POSIÇÃO PARA NÃO SER DE CABEÇA PARA BAIXO).

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